ADÁGIOS
* Alegre
que nem paisano à meia guampa (paisano é expressão correntina e quer dizer
patrício, amigo, camarada. Meia-guampa é expressão gauchesca, que significa
ébrio).
* Amarga
como erva caúna (a palavra caúna é tupi e significa amarga; expressão de quem
está desabafando suas dores).
* Causar alvoroço que nem
mata-mosquito em convento.
DICIONÁRIO GAÚCHO
*AMADRINHADOR,
v. Exercer a função de amadrinhador. Acompanhar o domador, montado em
cavalo manso, para evitar que o potro enverede por lugares perigosos.
* AMANONCIAR, v. Amansar um cavalo sem o
montar. Domesticar um animal, tirar-lhe as manhas por meios brandos, sem o
molestar. Fazer carinho com as mãos nos potros que estão sendo domados a fim de
tirar-lhes as cócegas.
* AMANSAR O MATE, expr. Tomar os primeiros mates, em geral
muito amargos.
ESTÂNCIA GAÚCHA
Estância" quer dizer
"lugar de estar", como as estâncias hidrominerais, tão populares,
hoje. Mas é também o lugar onde se cria gado para vender, ou seja, trata-se de
uma empresa comercial. Foi o padre jesuíta quem
criou a estância gaúcha. Preocupado com a crise de fome que assolava os povos,
em 1634 o Padre Cristóbal de Mendonza trouxe mil cabeças vacuns desde a
Argentina, gado esse que foi distribuído em "estâncias" para o
abastecimento dos povos. Alguns ficavam distantes das Missões, como a de Santa
Tecla, hoje no município de Bagé. Para cuidar das estâncias, os jesuítas
treinaram a cavalo índios "vaqueros", que logo iriam se somar aquele
denso caldo humano do qual vai brotar o Gaúcho.
Expulsos os jesuítas, muito
gado ficou por aqui e o branco - espanhol ou português - foi se adonando de
tudo, organizando as suas próprias estâncias. E já registrando
"marca" (que era enorme) e "sinal" (cortes específicos nas
orelhas dos animais), como persiste até hoje.
Essas primeiras estâncias
tinham como limites os meramente naturais - rios, montes, matos - mas cada um
sabia o que era seu e até uma ninhada de tatus assinalados era respeitada
escrupulosamente pelos vizinhos... Ademais, os jesuítas muitas vezes mandavam
os índios escavar extensos valos, para delimitar áreas de campo, como os que
existem ainda hoje na estância Guabijutujá, em Tupanciretã. Depois ,
com os escravos, vieram as cercas de pedra, existentes ainda hoje, que os
serranos chamam de "taipa". Na metade do século XIX aparece a cerca
de arame, fazendo a divisa de potreiros, invernadas e postos.
A estância gaúcha tradicional
se compõe das Casas, onde mora o proprietário com sua família, em cujos cômodos
gente estranha não põe os pés, a não ser a criadagem "de dentro". O
galpão, ou galpões, é exclusividade da peonada, onde cada peão em o seu catre,
tarimba ou cama (hoje em dia, beliche) e aonde sempre arde um fogo-de-chão para
a roda do mate ou algum churrasquito meio galopeado, quem sabe até de charque.
O galpão é um reduto masculino. Mulheres que nasceram e se criaram nas Casas da
estância morrem de velhas sem conhecer o interior do galpão...
A Casa do Capataz é onde este
vive com a família, a meio termo entre as Casas da estância e os galpões. As
mangueiras, que podem ser de pedra, de arame, de tábua ou de varejão (troncos)
e que incluem a mangueira grande, o curro (ou seringa), o tronco e os bretes,
são os currais para encerrar o gado em determinados trabalhos. E, quase sempre,
o banheiro, que é grande para o gado (vacuns) e pequeno para o rebanho
(ovinos), onde se banham os animais com remédios contra a sarna, o carrapato,
etc...
Junto as Casas, o potreiro da
frente, quase sempre despovoado de animais. Atrás do galpão, o piquete, onde se
soltam os animais de trabalho ou do "munício" (os que vão ser
abatidos para o consumo da estância). Depois, as invernadas, quase todas com
nome: Invernada da Tapera, do Coqueiro, do Cerro, doValo.
Nessas invernadas se cuida do gado e numa delas está o parador do rodeio, ponto
de reunião da animalada para trabalhos especiais, como aparte e coisas assim.
Longe das Casas, os postos,
que só existem nas estâncias grandes. São o que o nome diz, cuidados por um
Posteiro, que mora num rancho com a família. Junto aos matos, ou rio, vive
algum Agregado, gente amiga do proprietário que obteve licença para erguer um
rancho nos campos deste e tem alguma vaquinha de leite, uma hortinha, galinhas
e porcos.
Hortas e lavouras não são
comuns, ou fartas, na estância. O gaúcho sempre foi um comedor de carne.
Planta, quando muito, alguma batata-doce, milho, abóbora e melancia. E só.
O pessoal da estância é o
Patrão (e sua família), a gente das Casas (a criadagem, inclusive a
cozinheira), o Capataz (e sua família), a peonada, os posteiros e agregados. De
primeiro havia também o Maiodormo (administrador) e o Sota-Capataz (logo abaixo
do capataz na hierarquia campeira).
Há trabalhadores
especializados que a estância tem ou não. Muitas vezes suas tarefas são
deferidas à peonada. São eles: carreteiro, domador, alambrador, tropeiro, peão
caseiro ou peão patieiro, poceiro, compositor, carroceiro, lavoureiro,
chacareiro, guasqueiro ou trançador. Quando não há alguém habilitado para esses
trabalhos, na estância, chama-se alguém. O peão comum é o mensual e o
contratado por jornada é o "peão por dia".
ACONTECE
ELEIÇÃO NA 12ª REGIÃO
TRADICIONALISTA – MTG – SC.
Será realizada no dia 09
de agosto no município de Xanxere juntamente com 82º encontro de patrões. Duas
chapas foram registradas para a coordenadoria campeira e coordenadoria
artística.
As candidaturas são as
seguintes:
Coordenadoria Campeira:
* Coordenador – Eurico
Mildeberger (CTG Espelho da Tradição)Vice-Coordenador Luiz Carlos Paniz Moreira
também do CTG Espelho da Trdição:
* Coordenador: Leonir
Luiz Barreta (CTG Querência Farroupilha de Abelardo Luz) e Vice Coordenador
Marcelo Borges )CTG Marca da Ferradura – Xaxim).
Coordenadoria da
Artísitica:
* Coordenadora Elis
Regina Burgel (CTG Herança Gaúcha) e Vice Coordenadora Kaline Alves (CTG
Vaqueanos D´Oeste).
* Coordenadora Juiiana
de Miranda (CTG Coxilha do Quero Quero) e Vice Coordenador Sandro Arruda (CTG
Vaqueanos D´Oeste),
ACONTECIDO
* 25/07 Morre Gaspar
Silveira Martins, político, faleceu em Montevidéu – Uruguai.
* 25/07/1824 – Imigração Italiana – chegam os
primeiros imigrantes no bergatim São João Protector.
CULIÁRIA CAMPEIRA
QUARTO DE OVELHA RECHEADO
Ingredientes: 01 quarto de ovelha ou
capão adulto, miúdos de animal carneado (coração, rins, língua), ½ kg de
linguiça, 02 ovos cozidos, 01 molho de tempero, 01 cebola média, 01 pimentão,
03 dentes de alho e manjerona.
Preparação: Carnear a ovelha ou capão, ao estilo
campeiro, destacando o “quarto” na junta, defendendo o osso do alcatre.
Com uma faca fina e afiada, desossar o quarto,
procurando rodear o osso para não cortar a carne. Depois de desossado, retirar
a carne do interior, aumentando a cavidade interna, de maneira que as paredes
fiquem com uma espessura uniforme de dois dedos.
Costurar a extremidade inferior (garrão).
Cozinhar em salmoura, os coração, os rins e a
língua. Depois de bem cozido, cortar os miúdos em guisado pequeno.
Tirar a pele da linguiça e desmanchar a massa,
colocando a fritar. Picar miúdo os temperos (cebola, pimentão, alho, manjerona,
tempero verde) e fritar com a linguiça. Misturar os temperos, o guisado dos
miúdos e a massa da linguiça.
Salgar o “quarto” por fora. Encher a cavidade do
“quarto” com a mistura das carnes com os temperos. Socar bem o recheio, de
maneira a reconstituir a forma original do “quarto”. Costurar com linha grossa
a abertura superior. Passar um pouco de manteiga ou margarina por fora do
“quarto”. Assar em forno, no espeto ou mesmo na grelha.