Poesia "Pampeana"

PAMPEANA, A RÁDIO QUERÊNCIA

Pampeana é uma terra guapa
Que de amor o peito explode,
Qual gado que, em fim, estoura
Levando em frente o alambrado.
Terra de índio gaudério,
Onde canta o quero-quero,
Também grita o farroupilha
Anunciando outra peleja.
É terra que se deseja,
Povo tradicionalista
Que jamais perde de vista
As marcas do seu passado
Em qualquer canto que esteja.

Pampeana é a alma gaúcha.
Das prendas belas, faceiras;
É nossa alma campeira
Amando as coisas da terra:
O gado que vem na trilha,
O cusco que se enrodilha,
A cuia, a erva cevada
Que aprochega a peonada.
“Boleia a perna, se achega”
É a hora sagrada do mate,
A chaleira tá chiando,
O violão se desmanchando
E a saudade se reparte.”

Pra acompanhar a mateada,
Uma trova bem gaudéria
Que dissipa a cara séria
Sem pealar a tradição.
A Pampeana é do pago,
De alma gaúcha e mango,
Toca marcas de fandango
E as saudades dos peão.
Gaúcha de história e sina,
Lá em Santa Catarina
Pra louvar nossa querência.
É a razão de sua freqüência
Nossa guapa comunhão.

Toca bugio e milonga,
Chamamé e vanerão,
Vai alto na madrugada
Repontando a tradição.
Nas linhas da Internet,
Pelas ondas virtuais,
À alma guapa remete
Compartilhando ideais.
Eis a Pampaena gaúcha,
De essência é sonhadora.
Do pago de Chapecó,
Terra buena e acolhedora.

Honremos esses gaudérios
Da bela e Santa Catarina,
Gaúchos de coração,
De amor que não se termina,
Parceiros nas pelejadas,
Nas prosas e chimarreadas
Gente que aguenta o tirão
Pra defender esta querência,
Lugar da guapa existência
De uma herança farroupilha.
Onde o Brasil tem cultura,
Identidade e bravura
Qual verdadeira família

A nossa rádio Pampeana,
Este desejo sincero -
Que sejas qual quero-quero
Avisando todo cuera,
Que de verão em primavera,
Mesmo de outono ao inverno,
Teu futuro seja certo,
Teu sucesso seja eterno,
Pois, se divulgas a tradição,
És deste rincão gaúcho,
Qual este povo sem luxo
Que vai aguentando o tirão,
Dá sempre a volta por cima
Com o pampa no coração.

Wilson do Amaral

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